O meu chaveiro malvado favorito

Todo mundo tem um objeto que guarda com carinho, mesmo que ele não tenha nenhuma utilidade real. No meu caso, esse objeto é um chaveiro que comprei há muitos anos atrás, em uma feira de artesanato. A princípio, não me chamou a atenção, mas assim que o vi de perto, não pude resistir.

O chaveiro era um miniatura de um diabinho com chifres e uma expressão maligna no rosto. Era feito de resina, muito bem pintado à mão e com um acabamento impecável. Era o oposto de tudo o que eu costumava comprar, mas algo nele me agradou.

No começo, eu carregava o chaveiro comigo para todos os lugares, embora não tivesse muita utilidade. Ele era grande, pesado e tinha uma argola que soltava com facilidade. Apesar disso, adorava-o e o mostrava para as pessoas sempre que podia.

Minha relação com ele mudou quando comecei a reparar em sua personalidade. Sim, isso mesmo, personalidade. Descobri que o diabinho era bastante temperamental e poderia cair de mau humor a qualquer momento. As vezes, acordava e percebia que a argola tinha se soltado e o chaveiro tinha escapado, como se quisesse se livrar de mim.

Mas, apesar de tudo, eu ainda amava meu chaveiro malvado favorito. Ele era uma peça única, com um toque de personalidade que poucos objetos têm. Além disso, ele me lembrava de uma época feliz da minha vida, quando eu tinha menos responsabilidades e podia me permitir comprar coisas absurdas.

Hoje, o chaveiro ainda está comigo, embora não o carregue tanto quanto antes. Ele ainda cai de mau humor de vez em quando, mas isso só faz parte de sua personalidade única. O presente que comprei naquela feira de artesanato se tornou uma peça importante de minha vida, e não trocaria meu chaveiro malvado favorito por nada deste mundo.